Tag: arquitetura

SIMPLÍSSIMO

Escrito em 1978, último período na EAUFMG, assim pensava. “Se as arquiteturas, por exemplo, são visibilidades, locais de visibilidades, é porque não são meras figuras de pedra, isto é, agenciamento de coisas e combinações de qualidades, mas antes de mais nada, formas de luz que distribuem o claro e o obscuro, o opaco e o […]

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Memorial Dom Silvério

Nascido em Congonhas do Campo, menino pobre, padre, bispo e primeiro arcebispo de Mariana assim caminhou na sua vida Silvério Gomes Pimenta.

Semeador de escolas, Profeta Negro, extraordinário intelectual são apenas algumas das alcunhas proferidas a este cidadão congonhense.

Na sua trajetória, dizem seus biógrafos que “durante toda sua vida, a pobreza foi sua inseparável companheira. Primeiro a pobreza forçada e depois voluntária…” o que não o impediu de implantar escolas por todo o Estado de Minas, “instruindo o povo, verberando contra a dissolução dos costumes, legitimando concubinatos, convidando o povo para voltar a seu Deus.”

Estas ações demonstram a crença férrea nos seus princípios reforçada por textos “… que brotavam de seus lábios eloquentes” ou “…enquanto tivermos a palavra que os tiranos não podem arrancar-nos, havemos de clamar contra a iniquidade.”

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Desenhar prá quê?

Poderia ser uma pergunta pertinente a quem trabalha com arquitetura e tem hoje ferramentas informatizadas de alto desempenho para executar seus projetos e fazer desta substituição uma aproximação maior com uma realidade virtualizada, de leitura imediata e efetiva. Mas desenhar é algo mais, permite a apreensão da obra/projeto na sua tridimensionalidade, na sua inserção urbana, […]

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Revista Vão Livre No.0

EDITORIAL Vão Livre nasce da ânsia em romper quase duas décadas de isolamento. Começou com uma proposta do colega Éolo Maia que vingou pelo apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil – MG e do Informador das Construções. É um suplemento mensal que pretende comunicar reflexões, trabalhos e dúvidas não só aos diretamente ligados ao […]

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sylvio_recentes

Livro Sylvio de Podestá: projetos recentes

AP Cultural | 2008 Os trabalhos mais recentes somam-se à projetos inéditos, mais antigos, para compor o último livro do arquiteto Sylvio de Podestá, que através de desenhos, fotos, maquetes e textos retratam parte do seu trabalho nos últimos anos, executados ou em execução em várias cidades de Minas, Brasília, Goiás dentre outras. Os textos […]

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eduardo tagliaferri

Eduardo Tagliaferri – Projetos e Obras

AP Cultural | 2003 O que se depreende da arquitetura de Eduardo Tagliaferri é uma tentativa de elaborar conceitualmente a pregnância da arquitetura dentro da natureza, realizando naquela os princípios motores entrevistos nesta. Tal referência recíproca, que ultrapassa a simples relação obra – entorno, nos orienta a ler a sua obra como Meta-Arquitetua pois seu […]

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TRT Sede Tribunal Regional do Trabalho

ARQUITETOS SYLVIO EMRICH DE PODESTÁ; HUMBERTO HERMETO PEDERCINI MARINHO; FERNANDO LARA; IGOR MACEDO COLABORAÇÃO CÁLCULO ESTRUTURAL HÉLIO CHUMBINHO LOCALIZAÇÃO GOIÂNIA, GO ÁREA DO TERRENO 450,00 M2 ÁREA DO PROJETO 2.380,00 M2 PRESENÇA E SOBRIEDADE Quando se discute a justiça no Brasil, são muitos e quase sempre conflitantes os argumentos. Mas apesar de todas as atribulações, […]

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Teatro de Londrina

ARQUITETOS SYLVIO EMRICH DE PODESTÁ; HUMBERTO HERMETO MARINHO; FERNANDO LARA; PEDRO ARAGÃO DE PODESTÁ COLABORAÇÃO ACÚSTICA RENATO CIPRIANO ORÇAMENTO PLANTE ENGENHARIA INCÊNDIO SEGURANÇA ENGENHARIA ESTRUTURAL HÉLIO CHUMBINHO CONSULTOR DE TEATRO PEDRO PEDERNEIRAS LOCALIZAÇÃO LONDRINA, PA CONCURSO PARA O TEATRO MUNICIPAL DE LONDRINA 3 x 2 = 5 O PROJETO PARA O TEATRO MUNICIPAL DE LONDRINA […]

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Sede da CAPES

A estratégia do projeto foi buscar um edifício que gerasse e estruturasse seu próprio espaço, da mesma forma que as ciências geram e estruturam seu próprio conhecimento.
Um edifício que resultasse principalmente do foco do programa, ou seja, a ênfase,no capital humano que irá usufruir desse espaço de trabalho, encontro e aprendizado.
O resultado formal de destaque ao usuário e suas interações cotidianas é a ocorrência de um pavimento principal elevado sobre quatro conjuntos de colunas servindo de suporte e circulação vertical permitindo total flexibilidade de uso e espaços internos, além de incentivar a máxima agilidade de organização interna dentro desse pavimento (a lâmina principal toma de empréstimo algumas das qualidades excepcionais da arquitetura moderna brasileira: a sombra e a transparência no uso correto das visadas e da luz). Destaca-se no caso a absoluta ausência de paredes fixas nas áreas de uso permanente, sustentada pelas vigas superiores por onde descem os núcleos de instalações sanitárias que, junto aos tirantes propriamente ditos, localizados de acordo com a malha de 8 x 8 m, sustentam a laje de piso. Enquanto as lajes de forro e piso formam o enquadramento da paisagem horizontal da escala da cidade (com vistas para o congresso até o lago Paranoá), a lâmina trabalha também de forma a sombrear e proporcionar um condicionamento natural para os espaços térreos.

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Mercado de Blumenau

A construção do novo Mercado de Blumenau vem complementar o conjunto formado pelo Galegão e pela Vila Germânica e, um pouco mais afastado, pelo Fórum, Parque Ramiro Ruediger e Terminal Proeb.
Complementar significa entender a sua importância no conjunto que ora se forma, evitando ser o principal protagonista e mais ainda, procurando não competir com os elementos alegóricos da Vila Germânica, necessários como cenário para a grande festa da cidade, a Octoberfest. Também não disputa com o grande porte do Galegão. Estabelece para si porte compatível com sua função coadjuvante, mas sem perder sua qualidade técnica e arquitetônica onde, elementos da compreensão regional como o uso da madeira e das energias alternativas e padrões internacionais de sustentabilidade, se mesclam na procura final de qualidade da arquitetura enquanto inserção urbana, objeto construído e aplicabilidade de soluções diversas, extrapolando estas preocupações e sugerindo antecipações de soluções que serão inevitáveis em um futuro bem próximo.

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Gráfica Rona

Acompanhar a trajetória da Rona desde os primeiros tempos, ainda quando fazíamos a Revista Pampulha, seu crescimento na segunda fase (leia-se Avenida Men de Sá) e agora, no Bairro Olhos D’água é desenhar um gráfico (sem o trocadilho óbvio) ascendente. A primeira reforma que fizemos em 1993, acrescentamos ao prédio existente uma racional estrutura pré-moldada, com sua ortogonalidade amenizada por brises metálicos curvos. Posteriormente a Rona atravessou a rua e foi se completar nos lotes disponíveis daquele outro lado, incorporando ao seu fazer fotolito e pré-impressão além de maior capacidade de expedição.
Esta divisão funcionou até o momento de se reprogramar, de projetar o crescimento e programar reservas para atender as demandas futuras. Exigiu novo espaço que atendesse a estas estratégias mas que se localizasse em área de fácil acesso, qualificada dentro das características da Rona e de seus clientes, publicitários, artistas, industriais, etc.

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Cidade do Avião

“O esboço do projeto da Cidade do Avião é uma proposta que reúne o sucesso de um ideal, transformado em realidade pelo esforço e dedicação de um punhado de oficiais da Força Aérea Brasileira, com um cuidadoso planejamento de consistências e coerências técnicas, sociais, culturais e financeiras. É também uma prova de uma grande coragem de conservar, recriar, ampliar e transformar um museu de sucesso em um empreendimento politicamente correto e avançado na concepção sócio ambiental. Mais do que isso, partindo de um ponto de referência de educação, cultura e lazer, pretende ser um polo de desenvolvimento e atrativo investimento para a iniciativa privada”.

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Memorial Chico Xavier

Este foi o primeiro contato do médium com o seu guia espiritual, Emmanuel, a quem o Brasil inteiro admira e respeita. Um vasto terreno denominado Capão, junto ao marco existente que relembra este primeiro encontro com Emmanuel, foi o escolhido para erigir o Memorial Chico Xavier.
Nada mais justo e preciso quando nos reportamos à descrição feita pelo Narrador em “Mandato de Amor”, página 30, União Espírita Mineira, BH, 1992:
“Nos fins de 1931, à tardinha, Chico Xavier orava sob uma árvore junto ao açude, pitoresco local na saída de Pedro Leopoldo, quando viu, à pequena distância, uma grande cruz luminosa. Pouco a pouco, dentre os raios que formava, surgiu alguém!…”

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Casa John John

Um grande terreno e inicialmente uma pequena casa de fim de semana que foi se modificando até uma ficar com o porte médio, com alguns anexos em andamento e hoje, com características de casa permanente, morada.
Cresceu, se esticou, ampliou balanços e equipamentos. Abriu quartos para visitas e se coloriu, meio Brasil, meio México. Misturou a massa rústica pintada com madeira de demolição, casqueiros no piso inferior e peroba nos quartos. Varandas e terraços, muitos, auxiliam as diversas visadas desta casa mirante, com vista para o pequeno vale, o lago da mineradora e a vizinhança plantada em terrenos montanhosos e de pouca vegetação. No auxílio, novamente a estratégia de uma longa fila de ipês amarelos marcando território (já devidamente plantados) e muito mais árvores, um mini bosque, mata e pomar, começam a mudar a lisa paisagem.

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Casa Sydney e Karla

Na época do projeto inicial intitulei esta casa de uma obra pós-Brasilia, fora dos cânones modernistas, dos concretões e também dos mediterranês e coloniosos. Discutíamos circulações, simetrias, materiais, texturas e cores.
“A cor existe” era nosso grito de guerra e a cor que lá utilizamos foi o vermelho goiaba, mistura feita in loco nos tempos que as mix machines não existiam por aqui.
Quando foi publicada no livro Sylvio E. de Podestá – CASAS em 2000 pela AP Cultural, fizemos um histórico destes primeiros momentos. Dizíamos das relações dela com o terreno/lago, como ela se abria para dentro (pátios e jardins) e sua inusitada fachada de rua praticamente cega, com um grande pórtico marcando dramaticamente o acesso principal, o piso que transpunha os limites e ia até o meio fio em cores variadas e aleatórias; das palmeiras em linha compondo com as empenas inclinadas, inspiração Kahniana.

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Allegro Pianobar

Se somos estatística e realisticamente urbanos, desaparece a formatação básica para se inserir um objeto em uma malha urbana canonísticamente falando, ou seja, não devastamos a terra,ou pelo menos não deveríamos, para que o novo possa se apresentar como o novo.
É claro que para alguns consagrados e alguns lugares oficiais, abrem-se espaços memoriais, em esplanadas oficiais, minas ou pontas de cabo branco, terras planas e altiplanas, lisinhas, para que grandes objetos tenham paz na sua solidão institucional.
Outros, mortais, convivem com apertos, bastando ver os brises spadonicos do novo prédio paulista que miram os antigos tijolos makenzianos (citado pelo batido das horas) ou pelo enterramento politicamente “providencial” do Teatro da Orquestra de Minas que se pretendia menos silencioso, mais arquitetura e menos adega, para citar apenas dois exemplos atuais.

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CBTU Metro BH

Sistemas de transportes urbanos como o metrô são visualmente percebidos nas cidades através de grandes interferências físicas, pelas suas estações aéreas e subterrâneas e pela presença constante de fluxos de pessoas em estações de integração, transferências e de distribuições de fluxos secundários.

Neste imenso complexo sempre em expansão, projetamos um pequeno edifício de apoio ã lavação dos vagões do metrô.

Implantado sobre uma caixa d’água subterrânea, suas funções (bombas, compressores, depósito, controle, caixa d’água e terraço) se localizam nos quatro pisos divididos em partes iguais por uma escada de acesso protegida por lâmina cimentícia curva que liga os dois lados do conjunto. Uma cobertura plana, ovóide, sombreia a última laje e serve de proteção ao segurança que ali controla parte da vigilância do setor.

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Universidade Federal do ABC

Foram dois os principais parâmetros que definiram este projeto: estabelecer uma relação de continuidade e fluidez funcional, científica e formal com o entorno urbano (tensionado entre a densidade construtiva ao norte e a área de proteção ambiental ao sul) e conferir ao conjunto e às suas partes e setores acadêmicos, administrativos e de apoio, personalidade, caráter, legibilidade, flexibilidade e dinâmicas próprias à universidade do século XXI.

O primeiro parâmetro realiza-se arquitetônica e urbanisticamente através do grande pórtico que se abre longitudinalmente acompanhando o Rio Tamanduateí e define os espaços administrativos a oeste, de professores ao centro e de apoio a leste. Através dele, a universidade se faz permeável, acessível e transparente diante do contexto urbano e cívico no qual se insere. A UFABC, uma das primeiras universidades brasileiras deste novo século, não se concebe como um espaço isolado e fechado em relação à cidade, mas interage com ela, projeta-se nela e prolonga-a dentro de si. Assim concebido, seu campus desenvolve o saber universitário próprio ao nosso contexto: cumpre à universidade atual reconhecer não mais ser ela a única fonte de produção de conhecimentos e competência profissional, científica e tecnológica, devendo, assim, interagir com setores da sociedade e da cidade de modo a deixar-se contaminar pelo saber produzido fora dela, misturá-lo com o que engendra dentro de si e estender esse produto, novamente, para a cidade e o país que a abriga.

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Campus Lagoa do Piau

Localizado em local de extrema beleza natural, estratégico em relação a região (Vale do Aço e do Rio Doce), o Campus Lagoa do Piau nasce com identidade ecotecnológica, pretendendo o desenvolvimento de novas tecnologias (Ciência da Informação, Engenharia Civil/Sistemas Construtivos, Elétrica e Telecomunicações, etc.), da promoção do desenvolvimento Turístico e preservação do Meio Ambiente da região, por isso nada mais sintomático do que se municiar de um projeto arquitetônico e urbanístico, com etapas de crescimento programadas em função da demanda socioeconômica , que possa oferecer alternativas de acesso a uma abordagem acadêmica que contemple as diversas facetas deste encontro eco e tecnológico.

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CRMMG Conselho Regional DE Medicina de Minas Gerais

Nada mais importante na arquitetura, entendida como inserção urbana, do que a relação entre o caminho e a praça, itinerância e radiância, horizontal e vertical, terra e céu, animadores da nossa capacidade de transcender o plano moral e pragmático.
Nas grandes densidades urbanas perdeu-se a transcendência –e com ela, o vazio.
Exemplo melhor dessa capacidade de relacionar itinerância e radiância –ou sua perda– é o conjunto Sulacap/Sudameris, em Belo Horizonte (Roberto Campello, 1941) que, com suas torres, conformava a antiga praça dos Correios, compunha um pórtico simétrico que enquadrava o viaduto Santa Tereza e, mais ainda, integrava visualmente o bairro da Floresta ao Centro, num diálogo sedutor entre o centro projetado e o novo bairro que se consolidava.

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