A estratégia do projeto foi buscar um edifício que gerasse e estruturasse seu próprio espaço, da mesma forma que as ciências geram e estruturam seu próprio conhecimento.
Um edifício que resultasse principalmente do foco do programa, ou seja, a ênfase,no capital humano que irá usufruir desse espaço de trabalho, encontro e aprendizado.
O resultado formal de destaque ao usuário e suas interações cotidianas é a ocorrência de um pavimento principal elevado sobre quatro conjuntos de colunas servindo de suporte e circulação vertical permitindo total flexibilidade de uso e espaços internos, além de incentivar a máxima agilidade de organização interna dentro desse pavimento (a lâmina principal toma de empréstimo algumas das qualidades excepcionais da arquitetura moderna brasileira: a sombra e a transparência no uso correto das visadas e da luz). Destaca-se no caso a absoluta ausência de paredes fixas nas áreas de uso permanente, sustentada pelas vigas superiores por onde descem os núcleos de instalações sanitárias que, junto aos tirantes propriamente ditos, localizados de acordo com a malha de 8 x 8 m, sustentam a laje de piso. Enquanto as lajes de forro e piso formam o enquadramento da paisagem horizontal da escala da cidade (com vistas para o congresso até o lago Paranoá), a lâmina trabalha também de forma a sombrear e proporcionar um condicionamento natural para os espaços térreos.
A construção do novo Mercado de Blumenau vem complementar o conjunto formado pelo Galegão e pela Vila Germânica e, um pouco mais afastado, pelo Fórum, Parque Ramiro Ruediger e Terminal Proeb.
Complementar significa entender a sua importância no conjunto que ora se forma, evitando ser o principal protagonista e mais ainda, procurando não competir com os elementos alegóricos da Vila Germânica, necessários como cenário para a grande festa da cidade, a Octoberfest. Também não disputa com o grande porte do Galegão. Estabelece para si porte compatível com sua função coadjuvante, mas sem perder sua qualidade técnica e arquitetônica onde, elementos da compreensão regional como o uso da madeira e das energias alternativas e padrões internacionais de sustentabilidade, se mesclam na procura final de qualidade da arquitetura enquanto inserção urbana, objeto construído e aplicabilidade de soluções diversas, extrapolando estas preocupações e sugerindo antecipações de soluções que serão inevitáveis em um futuro bem próximo.