Poderia ser uma pergunta pertinente a quem trabalha com arquitetura e tem hoje ferramentas informatizadas de alto desempenho para executar seus projetos e fazer desta substituição uma aproximação maior com uma realidade virtualizada, de leitura imediata e efetiva.
Mas desenhar é algo mais, permite a apreensão da obra/projeto na sua tridimensionalidade, na sua inserção urbana, estimula o aprendizado de outras arquiteturas, transformando-se em expressão, em arte com caráter próprio. Na sua função analítica, responde pelo registro do fazer e do visto, define e estrutura uma tese.
Para o arquiteto desenhar é construir no papel, predefinir ações, estabelecer ligações, quebrar amarras.
O desenho pode tudo.
Estes trabalhos aqui expostos são visões arquitetônicas de um ponto, de um local, de um futuro proposto e de como a arquitetura cobra ações, reclama cuidados, revela e, por isso, meio arte, meio coisa. Quem dera este vício formal um dia se esvai e, não mais arquiteto, possamos atingir plenitudes que só os artistas conseguem.
Difícil!
Sylvio Emrich de Podestá