1997: Casa Paulo e Lígia

Local: Residencial Vivendas, Lagoa Santa, MG.
Área terreno: 750,00 m2
Área: 170,00 m2
Projeto: 1997

O Residencial Vivendas, loteamento recém lançado em área de cerrado, foi cuidadosamente traçado, evitando cortes desnecessários e mantendo praticamente toda a vegetação original. O lote é plano e um grande pé de pequi marca a propriedade e define a implantação: é para ele que abrimos o estar e a varanda, como que referenciando.

Além do pequi, o casal proprietário é formado por um engenheiro mineiro, especializado em piscinas e fontes artísticas e, ela, publicitária, pernambucana da região de Caruaru, que gostaria de ver nessa sua casa mineira um pouco das lembranças da sua terra. O empréstimo do livro “Fachadas e Platibandas” reforçou mais ainda esta idéia de “desenharmos” as fachadas numa alusão saudosa das ricas manifestações de quase todo o interior do Brasil, esse interior que começa acima do paralelo 19 e termina no equador.

Um grande muro curvo, côncavo ao pequi e com cumeeira variável acompanha a caída constante do telhado, com algumas aberturas; desenhamos esses relevos em torno das janelas, a serem pintados com as cores fortes normalmente utilizadas nessas construções.

Dentro do muro se desenvolve o programa, que começa com uma pérgola para a garagem e acaba com uma outra pérgola para churrasqueira e piscina.
Para o Paulo ficou a tarefa de construir uma fonte na parte frontal do lote, formada por um agrupamento de pedras; como um pequeno rio, a água corre pela lateral da casa por toda a varanda até chegar à piscina, nosso açude de lazer. Um recanto bucólico para se ver das redes da varanda.

Esse tipo de informação que o arquiteto recebe, além das necessidades programáticas, é que diferenciam e personalizam cada um desses objetos. A personalização, bem própria do brasileiro essa “índole” que modifica pontualmente até nossos pobres conjuntos habitacionais, aquela arquitetura semelhante a um apiário, dá à casa um valor de história; juntas, contam sobre nosso povo, nossa formação, nossa mescla. Nada mais justo do que incorporá-la à nossa arquitetura. Por essas e por outras é que a cor existe.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *